50 research outputs found

    Gestão de famílias : a mãe como foco da medicalização durante a gestação e o nascimento

    Get PDF
    A participação da mulher durante o pré-natal, sua adesão às orientações e a forma como vai exercer o cuidado envolvem um conjunto de interesses e possibilidades sociais. Devido a isso, investir em formas de controle desses corpos e gerenciar como irá gestar, parir, alimentar e cuidar da criança e da família adquirem importância. Tal modo de exercer o poder sobre a vida não encontra sustentação apenas no discurso médico ou político; requer uma articulação de práticas discursivas, ensinadas e reproduzidas por um complexo social que envolve desde a mídia até os profissionais de saúde, passando pelos familiares da gestante. Este artigo surge de uma pesquisa-intervenção em que foram realizadas oficinas de conversas com as gestantes que faziam o pré-natal em um hospital filantrópico. Aqui, colocamos em análise o que é tido como norma social sobre o que é ser "boa mãe", entendendo como um dispositivo de governo das famílias.The participation of women in prenatal care, their adherence to orientations and the way they will take care of their children involve a myriad of social interests and possibilities. As a result, both investing in ways of control and managing the way they will gestate, give birth, feed and take care of their children become important. Such way of exerting power over life has not only been supported by either the medical or political discourse; it has also required an articulation of discursive practices that are taught and reproduced by a social complex involving the media, health professionals and the pregnant women's families. This paper has stemmed from an intervention-research in which conversation workshops were carried out with pregnant women receiving prenatal care at a philanthropic hospital. Here, we analyze what has been regarded as a social norm of what means to be a "good mother", by understanding such norm as a device intended to govern families

    Management of Families: the Mother as a Focus of Medicalization During Pregnancy and Childbirth

    Get PDF
    A participação da mulher durante o pré-natal, sua adesão às orientações e a forma como vai exercer o cuidado envolvem um conjunto de interesses e possibilidades sociais. Devido a isso, investir em formas de controle desses corpos e gerenciar como irá gestar, parir, alimentar e cuidar da criança e da família adquirem importância. Tal modo de exercer o poder sobre a vida não encontra sustentação apenas no discurso médico ou político; requer uma articulação de práticas discursivas, ensinadas e reproduzidas por um complexo social que envolve desde a mídia até os profissionais de saúde, passando pelos familiares da gestante. Este artigo surge de uma pesquisa-intervenção em que foram realizadas oficinas de conversas com as gestantes que faziam o pré-natal em um hospital filantrópico. Aqui, colocamos em análise o que é tido como norma social sobre o que é ser "boa mãe", entendendo como um dispositivo de governo das famílias.A participação da mulher durante o pré-natal, sua adesão às orientações e a forma como vai exercer o cuidado envolvem um conjunto de interesses e possibilidades sociais. Devido a isso, investir em formas de controle desses corpos e gerenciar como irá gestar, parir, alimentar e cuidar da criança e da família adquirem importância. Tal modo de exercer o poder sobre a vida não encontra sustentação apenas no discurso médico ou político; requer uma articulação de práticas discursivas, ensinadas e reproduzidas por um complexo social que envolve desde a mídia até os profissionais de saúde, passando pelos familiares da gestante. Este artigo surge de uma pesquisa-intervenção em que foram realizadas oficinas de conversas com as gestantes que faziam o pré-natal em um hospital filantrópico. Aqui, colocamos em análise o que é tido como norma social sobre o que é ser "boa mãe", entendendo como um dispositivo de governo das famílias.A participação da mulher durante o pré-natal, sua adesão às orientações e a forma como vai exercer o cuidado envolvem um conjunto de interesses e possibilidades sociais. Devido a isso, investir em formas de controle desses corpos e gerenciar como irá gestar, parir, alimentar e cuidar da criança e da família adquirem importância. Tal modo de exercer o poder sobre a vida não encontra sustentação apenas no discurso médico ou político; requer uma articulação de práticas discursivas, ensinadas e reproduzidas por um complexo social que envolve desde a mídia até os profissionais de saúde, passando pelos familiares da gestante. Este artigo surge de uma pesquisa-intervenção em que foram realizadas oficinas de conversas com as gestantes que faziam o pré-natal em um hospital filantrópico. Aqui, colocamos em análise o que é tido como norma social sobre o que é ser "boa mãe", entendendo como um dispositivo de governo das famílias.The participation of women in prenatal care, their adherence to orientations and the way they will take care of their children involve a myriad of social interests and possibilities. As a result, both investing in ways of control and managing the way they will gestate, give birth, feed and take care of their children become important. Such way of exerting power over life has not only been supported by either the medical or political discourse; it has also required an articulation of discursive practices that are taught and reproduced by a social complex involving the media, health professionals and the pregnant women's families. This paper has stemmed from an intervention-research in which conversation workshops were carried out with pregnant women receiving prenatal care at a philanthropic hospital. Here, we analyze what has been regarded as a social norm of what means to be a "good mother", by understanding such norm as a device intended to govern families

    O silêncio como discurso: o projeto de lei “escola sem partido” e a invisibilidade da juventude LGBT na lógica da mordaça

    Get PDF
    Este artigo problematiza a interdição à cidadania da juventude LGBT a partir tanto da atual tramitação do PL (Projeto de Lei) “Escola sem Partido” na Câmara Municipal de Campo Grande – MS quanto das reverberações dos discursos que o permeiam em nível nacional. O PL tem como determinação a proibição da abordagem de temas como gênero e sexualidade nas escolas, com a justificativa de que tais temas marcariam uma postura “partidária” da escola, enquanto a mesma deveria ser politicamente neutra, deixando a abordagem de tais questões exclusivamente no âmbito familiar. Um dos questionamentos que o presente trabalho suscita é “Em um cenário em que a juventude LGBT é majoritariamente violentada por familiares e conhecidos (GRUPO GAY DA BAHIA, 2017), a escola, enquanto espaço de produção de cidadania, não deveria ser a esses jovens um espaço de proteção?” e mais: “Ao silenciar os temas que poderiam dar voz às eventuais violências sofridas por esses jovens, a escola não seria, ela mesma, um espaço violador?”. Ao pensar, juntamente com Foucault (1999), o processo de produção de discursos em meio às relações de saber-poder que atravessam o atual cenário pós-golpe em que vivemos, entendemos que a proposta do PL de neutralidade do espaço escolar é defensora de uma escola que toma partido pela (re)produção da invisibilização da juventude LGBT a partir da proibição discursiva da mesma no espaço escolar. Em outras palavras, a obrigação do silêncio das questões de gênero e sexualidade na escola institui uma política não apenas de legitimação da violência sofrida por essa população, como também compõe parte de um cenário de desmonte de Políticas Públicas implicadas na visibilidade de populações marginalizadas, visando, sobretudo, formas capilares de extermínio das mesmas

    Observances: psychology, public security policies and incarcerated youth

    Get PDF
    This article aims to discuss the production of an expertise between psychology and security, specially regarding ways of observing and intervening towards the young subject considered dangerous. Based on Michel Foucault’s studies, this analysis focuses on the relation between those fields of knowledge questioning the observance strategies engendered by psychological practices within public security policies. In these terms, the article brings quotidian scenes based on ethnographical experiences from within a project entitled ‘Imprisoned Youth Observatory’ located inside the Central Prison of Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brazil) that make it possible to question the way psychological knowledge produces young people in conflict with the law. Through this analysis, it is possible not only to visualize how psychology privatizes a domain over the incarcerated young offender, but also how this science creates dead-end destinies to this youth who are considered a ‘social problem’.Keywords: Psychology; Prison; Youth; Public Security Policie

    Observances: psychology, public security policies and incarcerated youth

    Get PDF
    This article aims to discuss the production of an expertise between psychology and security, specially regarding ways of observing and intervening towards the young subject considered dangerous. Based on Michel Foucault’s studies, this analysis focuses on the relation between those fields of knowledge questioning the observance strategies engendered by psychological practices within public security policies. In these terms, the article brings quotidian scenes based on ethnographical experiences from within a project entitled ‘Imprisoned Youth Observatory’ located inside the Central Prison of Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brazil) that make it possible to question the way psychological knowledge produces young people in conflict with the law. Through this analysis, it is possible not only to visualize how psychology privatizes a domain over the incarcerated young offender, but also how this science creates dead-end destinies to this youth who are considered a ‘social problem’.Keywords: Psychology; Prison; Youth; Public Security Policie

    O pesquisador como testemunha da vida da juventude infame

    Get PDF
    Este artigo objetiva discutir a posição do pesquisador como testemunha da história da juventude em conflito com a lei, ou seja, enquanto uma posição ética no que diz respeito à produção de conhecimento acerca do percurso dos jovens no sistema socioeducativo. Nossas análises se embasam nas contribuições de Michel Foucault, Giorgio Agamben e Walter Benjamin e a estratégia metodológica utilizada para o estudo é a cartografia, cujos procedimentos envolveram leituras de processos judiciais e assistência a audiências na Vara da Infância e Juventude durante os anos de 2013 e 2014. Conclui-se que a atual configuração social permite a existência de relações de abandono, apagamento para com certas vidas que são deixadas à margem da história, tomando-as como vidas desqualificadas.This article aims to discuss the researcher's position as a witness of youth history conflicting with the law, or in other words, as an ethical position concerning the production of knowledge about youth people in the socio-educational system. Our analysis is based upon Michel Foucault's, Giorgio Agamben's and Walter Benjamin's constributions and we used cartography as a methodological strategy, whose proceedings involved readings of legal actions and attending hearings at Infancy and Juvenile Court in the period of 2013 and 2014. We conclude that the current social configuration allows certain sort of lives to exist by abandonment. Specifically, it contributes to them to be erased and forgotten, putting this youth on the margin of history, taken as unqualified lives

    Observances: psychology, public security policies and incarcerated youth

    Get PDF
    This article aims to discuss the production of an expertise between psychology and security, specially regarding ways of observing and intervening towards the young subject considered dangerous. Based on Michel Foucault’s studies, this analysis focuses on the relation between those fields of knowledge questioning the observance strategies engendered by psychological practices within public security policies. In these terms, the article brings quotidian scenes based on ethnographical experiences from within a project entitled ‘Imprisoned Youth Observatory’ located inside the Central Prison of Porto Alegre (Rio Grande do Sul, Brazil) that make it possible to question the way psychological knowledge produces young people in conflict with the law. Through this analysis, it is possible not only to visualize how psychology privatizes a domain over the incarcerated young offender, but also how this science creates dead-end destinies to this youth who are considered a ‘social problem’.Keywords: Psychology; Prison; Youth; Public Security Policie

    Políticas de investigación y resistencia en tiempos de intensificación de los procesos de violencia

    Get PDF
    Neste artigo, tomamos os estudos de Hannah Arendt, Walter Benjamin e Giorgio Agamben para problematizar a Psicologia e as demandas que lhe são dirigidas em termos de empreender a produção de estratégias contra práticas violentas que tem crescido no contexto brasileiro contemporâneo. Para a presente discussão, designamos três analisadores principais: o primeiro é uma cena vivenciada em um parque da cidade de Porto Alegre - RS, cuja função como cenário é discutir como a Psicologia aborda questões relacionadas ao cotidiano no que tange a produção de conhecimento; o segundo considera os movimentos realizados por diversos grupos em todo o Brasil sob a hashtag “#elenão”; finalmente, o terceiro focaliza o período após o primeiro turno das eleições presidenciais de 2018, quando o espaço público foi usado para dialogar sobre as propostas presidenciais dos candidatos para o segundo turno. A aposta ético-epistemológica e política de nossa pesquisa está ligada às lutas que constituem um espaço de resistência em relação às práticas violentas incitadas cotidianamente. Argumentamos que as lutas não dizem respeito apenas à afirmação da possibilidade de existência/vida, mas, principalmente, sobre a impossibilidade de não lutar.In this article, we take Hannah Arendt, Walter Benjamin and Giorgio Agamben’s studies to problematize psychology and the direct demands to produce strategies against violent practices that have been escalating in the contemporary Brazilian context. We designate three main analyzers to the present discussion: the first is a scene experienced in a park in the city of Porto Alegre - Rio Grande do Sul, which serves as an example to discuss how psychology approaches these daily-life issues of vulnerability related to knowledge production; the second regards to movements performed by several groups throughout Brazil, during the election period, under the hashtag “#elenão”; finally, the third analyzer focuses on the campaign period for the second term of the 2018’s presidential election when the public space was used to discuss candidates’ presidential proposals. The ethical-epistemological and political bet of our research is linked to daily struggles that constitute a space of resistance to violent practices incited on a daily basis. We argue that struggles are not only related to the affirmation of the possibility to exist in society, but also to the impossibility of not struggling.En este artículo, tomamos los estudios de Hannah Arendt, Walter Benjamin y Giorgio Agamben para problematizar la psicología y las demandas que se le dirigen en términos de emprender la producción de estrategias contra prácticas violentas que han crecido en el contexto brasileño contemporáneo. Para la presente discusión, designamos tres analizadores principales: el primero es una escena vivida en un parque de la ciudad de Porto Alegre – Rio Grande do Sul, cuya función como escenario es discutir cómo la psicología aborda temas relacionados con la vida cotidiana en términos de producción de conocimiento; el segundo analizador considera los movimientos realizados por diversos grupos en todo Brasil bajo el hashtag “#elenão”; Por último, el tercer analizador se centra en el período posterior a la primera votación de las elecciones presidenciales de 2018, cuando se utilizó el espacio público para dialogar sobre las propuestas presidenciales de los candidatos para la segunda votación. La apuesta ético-epistemológica y política de nuestra investigación está vinculada a las luchas que constituyen un espacio de resistencia en relación a las prácticas violentas incitadas cotidianamente. Argumentamos que las luchas no se refieren sólo a la afirmación de la posibilidad de existencia/vida, sino principalmente a la imposibilidad de no luchar

    Polícias em Saúde: quem tem medo de usuários de drogas?

    Get PDF
    Este artigo trata de problematizar a questão das políticas de saúde que vem sendo dirigidas atualmente no Brasil, especialmente a uma população pobre e usuária de drogas. O texto parte de análise das principais legislações sobre as políticas de combate ao uso de drogas no país e tem como referencial teórico principal os trabalhos de Michel Foucault e Löic Wacquant. Este estudo aponta que as atuais políticas brasileiras voltadas para a população usuária de droga promove uma profunda distinção entre os perfis de usuários a partir de critérios sociais e econômicos, revelando uma dissociação entre aqueles que receberão atendimento de saúde e aqueles que serão alvo das políticas de segurança, ainda que sob o nome de uma proteção social. Conclui-se que as políticas de saúde quando dirigidas à população pobre e usuária de drogas operam, na prática, como polícias, no sentido de funcionar como um dispositivo de vigilância dos pobres
    corecore